14 abril 2007

o encantamento da palavra e a transformação do mundo

hoje vivemos uma manhã especial no auditória da paulus em belo horizonte. um momento de poesia, no qual cada participante declamou e improvisou cordel. posto aqui alguns versos feitos no calor da hora. obrigado a você que esteve lá.

de Cecília e Roselia:

ó senhor consumidor
preste muita atenção
pesquise sempre meu amigo
para não cair em tentação
cuide bem do seu bolso
para não ficar sem um tostão...

de Vânia, Isis e Cristina:

cidadão da esperança
votaram na reeleição
deu a Lula no 2º turno
esperança de renovação
ao chegar 1º de maio
salário mínimo: que decepção

presidente metalúgico
em 30 momentos da história
revelou ser um lutador
em busca de sublime glória
disse defender um grande povo
mas buscou sua própria glória...

de Maria do Carmo, Nara, Antonia e Églesson:

peço a deus inspiração
pra falar nesse cordel
pra falar do carnaval
que não é festa do céu
dança pobre e dança rico
de soldado a coronel

carnaval é alegria
é festa pra esquecer
problemas do dia-a-dia
pro povo se envolver
de sexta a terça-feira
pra depois se arrepender

na 4ª deira de cinza
pedimos perdão a deus
por beber e por pecar
ao peixe se diz adeus
pensamos no bacalhau
no seu fogão e não no meu

agradecemos o Antonio
pela aula de cordel
foi muito interessante
lhe tiramos o chapéu
obrigado ô Antonio
nada vai fica ao léu...

11 abril 2007

sina

enquanto o sol caía
quis apanhá-lo
teve medo
de se queimar...
depois
estufou o peito
procurou um jeito
para arrumar o fardo
o dia já estava pardo
escureceu...

09 abril 2007

todo

anotou qualquer coisa
dobrou o papel e saiu
antes olhou e sorriu
no portão veio a brisa

piscou para o vento
assim meio louco
deu um grito rouco
agarrou o momento

abraçou o imanente
sentiu-se eterno
no ventre materno
protegido e quente

tudo em torno era vida
de fato sentiu-se gente
esqueceu aquela ferida...


esboço

andou sem rumo
tudo era escuro
coração em apuro
vida sem prumo...

beijou sem gostar
sorriu amarelo
correu sem chinelo
ficou por ficar...

jantou apressado
a sobra do almoço
tudo era insosso
engoliu o bocado...

deitou meio triste
vazio, arrazado
nada de chiste...

08 abril 2007

seis letras em cena

acortina se abre lentamente. Em cada letra um facho de luz avermelhado. As letras entoam o refrão:

paz que emana da justiça
amor vindo do coração
saúde fruto do cuidado
carinho e compaixão
o mundo assim renasce
alegrando a criação...

fundo musical à escolha da equipe diretora. As letras encenam.

o P pensa e faz um pedido: Pai, há fome de pão – na mesa e no coração...
o A atravessa o palco e grita: Além do horizonte renasce um novo tempo, tempo de amor, de amar...
o S solta a voz com força: Salve a aurora do novo dia! Salve a vida que a morte não matou...
o C comunica ironicamente: Cada pessoa, a partir de hoje, não se sentirá sem gosto – chocolate é o sabor...
o O olha de soslaio e brada: O mundo não carece de pena de morte. A vida é a lei.
o A fica no meio do palco e insiste: Além do horizonte renasce um novo tempo, tempo de amor, de amar...

P-A-S-C-O-A ficam de frente para a platéia e dizem a uma só voz:

Feliz Páscoa!