25 agosto 2007

marginal

segue mesmo no anônimato
vai pela rua ou pelo mato
tal cachorro vira-lata
gane baixinho a dor
dor de saudade e amor
tenta escarrar o catarro
engasgado no pescoço
mas dói o osso
osso duro de roer
cravado no ser
ser enquanto ser
angustiado pela finitude
ansiando plenitude...
segue noite adentro
em busca do sentido
na margem dos versos
versos livres, vivos
no terreno do reverso
lá onde não se é normal...

23 agosto 2007

lá fora

... e aqui dentro
sem tempo
para espiar
ali pela janela...
então corro
e tento tocar
a tela do tempo...

19 agosto 2007

suspiro

arranca o sentido
tira da goela
mergulha na noite
adentra o labirinto
noite sem lua
essa noite é você mesmo
arranca o sentido dela
dos poros sem suor
vazios de calor
se não há
inventa qualquer sentido
para suportar
todas as reticências...