18 outubro 2008

sinal

De longe avistou o semáforo,
o sinal estava livre para pedestre.
Correu, tentando chegar a tempo de ultrapassar a grande avenida.
Não conseguiu. Agora é a vez dos carros passarem.
É grande o movimento de veículos.
Motos passam quase raspando entre os carros.
O pedestre olha com impaciência para o farol em vermelho.
Vermelho vivo, gritando pare!
O verde ao alto, agora só para automóveis.
O pedestre parece ter vontade de encontrar uma brecha e ultrapassar.
Mas olha ao seu redor e percebe o grande número de pessoas
que também espera o momento certo de tomar seu rumo.
Aperta as mãos, procurando serenidade.
Aguarda com olhar frio, imóvel.
O sinal em forma de mão é verde, indica caminho aberto.

Carros esbarram, tomando parte do espaço dos pedestres.
Todos avançam. Há pressa, o tempo urge.
A faixa agora é coberta de pés apressados, carentes, exaustos.
Num piscar de olhos: êxodo, travessia a pé enxuto...

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