17 maio 2008

a estrela poente

d'alva parecia cair
soprada pela brisa do aracati
no coração dos dois
o mesmo sentir
não havia como mentir
a lua foi testemunha
do devir

ovo

no meio do caminho
havia um ovo
branquinho e jogado
de galinha da angola
de capote
tão frágil e forte
paradoxo da vida
por pouco seria pisoteado
pegou-o cuidadosamente
entre as mãos
liso e frio e ainda quente
o ovo, a vida e nós
são tantos nós

11 maio 2008

fado

com a palavra engasgada
lingua presa e nó na garganta
implora o direito ao grito
mas gritar pra quê pra quem
se ouvidos são surdos
e o mundo é um vácou