09 março 2011

cinzas

engoli o gosto das cinzas
deixei que os farelos queimados 
e curtidos pelo fogo
escorregassem garganta abaixo
arranhando, arranhando, arranhando


cinzas de mim, fogo de mim e de você


fecho os olhos
e na escuridão de meu poço
vejo seus olhos brilhando
a isso eu chamo graça


graça divina que só sabe amar
e nunca cansa de perdoar


eu que sou cinza e pó...

2 comentários:

  1. Bem adequado ao dia, não fosse hoje quarta-feira de cinzas. Nós somos, sim, cinza e pó e ao pó voltaremos. Abraço.

    ResponderExcluir
  2. Cinzento e gracento e brilhento... por dentro!

    ResponderExcluir