outubro

o dia me exala perfume de vida
as cigarras lá fora fazem coral
sinto o sangue irrigado em minhas veias
e no peito o coração pulsar desejoso

meus dedos querem tocar
a paz
a pele quente, viva
corpo presente
outubro em mim...

transitório

quando vi seus olhos molhados
também quis chorar
você escondia o olhar

saí pensando em seus olhos
qual sua dor

foi a primeira e última vez
que nos vimos...

fiapos

a cigarra cantou
música de morte
e a palavra em mim
travou na garganta
o farmakon foi qual veneno
e se disse:
é melhor parar por aqui
um grito se fez no vácuo
e o eco ainda me estremece...