trago curvado no peito
um sentimento sem jeito
vontade de ócio
de esquecer o negócio
não precisar da tela
contemplar da janela
o horizonte aberto
sem preocupação
com o certo
enquanto a tela me consome
uma fome sem nome
me contorce as vísceras
feras resmungam
e a cena da vida deflui
nem fui...
21 março 2009
20 março 2009
latifúndio
os maridos partem
e elas ficam rodeadas de filhos
de precisão e saudade
eles não vão para o mar
vão para a selva dos homens
lá são explorados
e feitos pior que bichos
pelo latifúndio
do gato é a primeira unhada
o sangue cai na terra
o que um dia foi homem
perde o nome
morre indigente
deita na terra fria
sem caixão
nem reza
porão
não aqueles
dos navios negreiros
a dor é a mesma
escravidão...
e elas ficam rodeadas de filhos
de precisão e saudade
eles não vão para o mar
vão para a selva dos homens
lá são explorados
e feitos pior que bichos
pelo latifúndio
do gato é a primeira unhada
o sangue cai na terra
o que um dia foi homem
perde o nome
morre indigente
deita na terra fria
sem caixão
nem reza
porão
não aqueles
dos navios negreiros
a dor é a mesma
escravidão...
19 março 2009
18 março 2009
impar
não tenho idade
o tempo não é meu
não tenho cidade
minha morada sou eu
estrangeiro desde o primeiro grito
minha estética é do feio e do bonito
se o belo me arrepia e dá prazer
outra faceta me arranha e faz sofrer
minha frase não quer ponto final
sigo em pedacinhos, em meu dial...
o tempo não é meu
não tenho cidade
minha morada sou eu
estrangeiro desde o primeiro grito
minha estética é do feio e do bonito
se o belo me arrepia e dá prazer
outra faceta me arranha e faz sofrer
minha frase não quer ponto final
sigo em pedacinhos, em meu dial...
17 março 2009
índice
sensação do nada
de saber coisa alguma
de presença nenhuma
voz de ninguém
vácuo de não saber
horas de não-ser
de saber coisa alguma
de presença nenhuma
voz de ninguém
vácuo de não saber
horas de não-ser
Assinar:
Postagens (Atom)