se dentro não fosse a fornalha
mas a fornalha é nada
pior foram seus dentes desarticulando a linguagem
e seu dedo em riste ditando ordens confusas
seu mundo é difuso
minha alma estremece
ante seu olhar funesto
às vezes a raiva faísca
mas depois me acalmo
respiro fundo, fico mudo
abro a janela de mim
e faço uma prece ao vento
aí tudo sopra, dissipa-se
amém...
11 março 2011
09 março 2011
cinzas
engoli o gosto das cinzas
deixei que os farelos queimados
e curtidos pelo fogo
escorregassem garganta abaixo
arranhando, arranhando, arranhando
cinzas de mim, fogo de mim e de você
fecho os olhos
e na escuridão de meu poço
vejo seus olhos brilhando
a isso eu chamo graça
graça divina que só sabe amar
e nunca cansa de perdoar
eu que sou cinza e pó...
deixei que os farelos queimados
e curtidos pelo fogo
escorregassem garganta abaixo
arranhando, arranhando, arranhando
cinzas de mim, fogo de mim e de você
fecho os olhos
e na escuridão de meu poço
vejo seus olhos brilhando
a isso eu chamo graça
graça divina que só sabe amar
e nunca cansa de perdoar
eu que sou cinza e pó...
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