desperto, levanto em supetão
agitado começo meu ritual
a lâmina fina do espelho
me suga num golpe mortal
resisto pra não ser engolido
bafejo e engano o inimigo
limpo dentes, gengivas e língua
escarro na cara do perigo
nada digo, finjo estar só
lavo a cara, gargarejo
do espelho não tenho dó
sigo o ritual, medito
o dia segue quase normal
a noite retorno ao espelho
ele me traga sem igual
seu hálito quente
me entorpeceu
sem força, desfalecido
caí nos braços de morfeu...
20 fevereiro 2009
19 fevereiro 2009
chapeuzinho
quando pequenos
perguntávamos pra mamãe
quem era o pesadelo
ela dizia pra nós
que o pesadelo era um anãozinho
ele tinha um chapeuzinho de ouro
só que
ninguém jamais tinha conseguido
tocar no chapeuzinho dele
porque o anãozinho
sempre imobiliza a pessoa
ele é muito pesado
é tão pesado
que nenhuma balança
o suportaria
se um dia alguém
chegar a roubar o chapeuzinho
pronto
fica rico
muito rico
acordei no meio da noite
sem fôlego, sufocado
era pesadelo
de novo não consegui
tira o chapeuzinho
não é que eu queira ele
para ficar rico
só queria terminar a dissertação
só isso...
perguntávamos pra mamãe
quem era o pesadelo
ela dizia pra nós
que o pesadelo era um anãozinho
ele tinha um chapeuzinho de ouro
só que
ninguém jamais tinha conseguido
tocar no chapeuzinho dele
porque o anãozinho
sempre imobiliza a pessoa
ele é muito pesado
é tão pesado
que nenhuma balança
o suportaria
se um dia alguém
chegar a roubar o chapeuzinho
pronto
fica rico
muito rico
acordei no meio da noite
sem fôlego, sufocado
era pesadelo
de novo não consegui
tira o chapeuzinho
não é que eu queira ele
para ficar rico
só queria terminar a dissertação
só isso...
18 fevereiro 2009
sementes
há momentos em que a vida é cinza
em outros tudo é colorido
há momentos em que o sol brilha
o céu é azul e a vida é só beleza
há momentos nublados
há noites sem estrelas
há trevas, medo, vontade de nem ser
há momentos em que tudo é flor
é perfume, é sabor
há momentos de frieza
indiferença, descaso, fuga
há momentos em que preferimos a solidão
em outros queremos multidão
há momentos em que nos roubam a primavera
arrancam nossas rosas
e semeiam erva daninha no jardim da vida
há momentos de prazer comprado
de sentimentos traídos
de amor não correspondido
há momentos de desalento
de enfado, de tédio
há momentos em que tudo é sério:
não há piada engraçada
nem o mais hilariante dos palhaços provoca risos
há momentos de fracasso
há momentos em que se jura amor eterno
há momentos em que o amor se esvai
em que a gente vacila
em que as promessas já eram
Há momentos em que desejaríamos voltar ao passado
em outros, preferiríamos apagá-lo, não deixar nem rastros
há momentos em que levamos a vida
em que a empurramos com a barriga
em que nada nos fascina
há momentos em que o entusiasmo nos preenche
em que a esperança nos convence
há momentos em que tudo nos comove
em que ninguém nos põe à prova
há momentos em que a fé move montanhas
há momentos em que nenhum ser humano nos é estranho
há momentos de perdas e danos
há momentos em que arriscamos a vida
em que a culpamos por tudo
há momentos em que o medo nos balança
em que ansiamos bonança
há momentos em que a esperança não se cansa
em que a confiança não é vã...
em outros tudo é colorido
há momentos em que o sol brilha
o céu é azul e a vida é só beleza
há momentos nublados
há noites sem estrelas
há trevas, medo, vontade de nem ser
há momentos em que tudo é flor
é perfume, é sabor
há momentos de frieza
indiferença, descaso, fuga
há momentos em que preferimos a solidão
em outros queremos multidão
há momentos em que nos roubam a primavera
arrancam nossas rosas
e semeiam erva daninha no jardim da vida
há momentos de prazer comprado
de sentimentos traídos
de amor não correspondido
há momentos de desalento
de enfado, de tédio
há momentos em que tudo é sério:
não há piada engraçada
nem o mais hilariante dos palhaços provoca risos
há momentos de fracasso
há momentos em que se jura amor eterno
há momentos em que o amor se esvai
em que a gente vacila
em que as promessas já eram
Há momentos em que desejaríamos voltar ao passado
em outros, preferiríamos apagá-lo, não deixar nem rastros
há momentos em que levamos a vida
em que a empurramos com a barriga
em que nada nos fascina
há momentos em que o entusiasmo nos preenche
em que a esperança nos convence
há momentos em que tudo nos comove
em que ninguém nos põe à prova
há momentos em que a fé move montanhas
há momentos em que nenhum ser humano nos é estranho
há momentos de perdas e danos
há momentos em que arriscamos a vida
em que a culpamos por tudo
há momentos em que o medo nos balança
em que ansiamos bonança
há momentos em que a esperança não se cansa
em que a confiança não é vã...
17 fevereiro 2009
delírio
escrever é parir
é sofrer e depois sorrir
sorrir pelo fruto do ventre
das entranhas em carne viva
dor suada, tez cativa
escrever é deixar de ser eu
é ser alegria ou dor de outrem
é permetir que me confundam
ou que outros me encontrem
perdido nas zonas de mim mesmo
escrever é mais que fuga
é ficar na linha de frente
é um modo de ser gente
ou mesmo uma pulga
por gostar de ser eu
ou por não querer ser assim
escrevo, rabisco e declamo
reclamo, grito em mim
me desfarço, me refaço
sumo na fumaça
termino sem graça
meu humor não é da praça
sou silêncio sem calma
corpo e alma unidos
quase sempre partidos
nem sei quem sou
se ódio ou amor
se prazer e dor
tudo junto
sou um ser aí
no mundo
mundaneidade, clareidade
ou escuridão e solidão
se não sou
quero ser
vou parar
não quero terminar
não sou do fim
sou mistura de abel
e caim
é sofrer e depois sorrir
sorrir pelo fruto do ventre
das entranhas em carne viva
dor suada, tez cativa
escrever é deixar de ser eu
é ser alegria ou dor de outrem
é permetir que me confundam
ou que outros me encontrem
perdido nas zonas de mim mesmo
escrever é mais que fuga
é ficar na linha de frente
é um modo de ser gente
ou mesmo uma pulga
por gostar de ser eu
ou por não querer ser assim
escrevo, rabisco e declamo
reclamo, grito em mim
me desfarço, me refaço
sumo na fumaça
termino sem graça
meu humor não é da praça
sou silêncio sem calma
corpo e alma unidos
quase sempre partidos
nem sei quem sou
se ódio ou amor
se prazer e dor
tudo junto
sou um ser aí
no mundo
mundaneidade, clareidade
ou escuridão e solidão
se não sou
quero ser
vou parar
não quero terminar
não sou do fim
sou mistura de abel
e caim
16 fevereiro 2009
luz
o sol nascente
que nos veio visitar
bem amarelinho
como ouro a quilatar
é a vida em raios
sobre nós a emanar
é a luz de deus
para terra ronovar
a mesma luz
que ele criou naquele dia
quando tudo era caos e escuridão
o "haja luz" foi um ato de alegria
ação vocal que deu início a criação
ó luz divina
ilumina nossa mente
o que em nós dorme
acorde consciente
nada nos tire
a lucidez do pensamento
mesmo na loucura
nada nem ninguém
nos roube a liberdade
de pensar, perguntar
de ser vivente
ó luz, ó luz, ó luz
que nos veio visitar
bem amarelinho
como ouro a quilatar
é a vida em raios
sobre nós a emanar
é a luz de deus
para terra ronovar
a mesma luz
que ele criou naquele dia
quando tudo era caos e escuridão
o "haja luz" foi um ato de alegria
ação vocal que deu início a criação
ó luz divina
ilumina nossa mente
o que em nós dorme
acorde consciente
nada nos tire
a lucidez do pensamento
mesmo na loucura
nada nem ninguém
nos roube a liberdade
de pensar, perguntar
de ser vivente
ó luz, ó luz, ó luz
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