A quem interessar possa
Ira Brito
Você já se imaginou morar num lugar onde não houvesse luz elétrica
e nada que costumeiramente temos acesso, como geladeira, televisão,
computador, Internet? Talvez você pergunte: é possível haver lugar assim
em pleno século XXI? É, sim!
Não pense que seja no Oriente Médio, China ou África.
O Brasil tem cerca de 12 milhões de pessoas
que vivem à luz de lamparina, como há dois séculos,
antes do americano, Thomas Edison, ter criado a lâmpada incandescente, em 1879.
Sabe-se que o governo federal quer iluminar todo Brasil até 2008.
Mas, promessas nem sempre se cumprem.
Um exemplo, no sertão do Ceará, revela isso.
Há pelos menos três pleitos eleitorais
a população viu os postes serem colocados
à frente de suas casas e retirados logo em seguida
ao término das eleições.
Nosso país não é bom para todos.
Não é bom para o pobre econômico,
o negro, o índio, as mulheres,
os discriminados nos seus mais variados rostos.
Nós, os privilegiados que sentamos em bancos universitários
e temos acesso a algumas mordomias deveríamos nos indignar mais.
A propósito do exemplo do sertão escuro, uma amiga aqui do Sul, Zeli Dambros,
voluntariamente, fez chegar luz ao povoado cearense de nome Angico.
Sensível, não mediu distância.
A gente de lá, agora pode ter acesso ao mínimo de conforto,
como assistir televisão, possuir uma geladeira e alongar sua visão de mundo.
Cabe a conhecida frase do poeta Terêncio:
Sou homem[humano], nada que seja humano me é estranho.
Obrigado Zeli! Você não imagina o tamanho da alegria
que proporcionou ao [meu] nosso povo.