por Ira Brito
a propósito da observação de meu amigo Valdecir Cordeiro
Perdoe-me, não foi descuido
Te vi feliz a balançar
Teus galhos e tuas flores
São mesmo de admirar
Tu tens a cor da vida
Meu lindo jacarandá...
Te sugo lá da varanda
Desço e toco em ti
Já passei apressado
E às vezes nem te vi
Sim, tive inveja
Daquele colibri...
Tuas flores vulneráveis
Me lembram a finitude
A cor lilás é a alma
Falando de plenitude
Tua beleza me arrasta
Para certa inquietude...
Teu lilás me encanta
Me alegra e me estristece
É um misto sem palavras
Assim como uma prece
É um mergulho em mim
Buscando meu alicerce...
Toda tarde aos teus pés
Há mulheres cansadas
Que voltam do trabalho
Dando altas risadas
Outras ali quietas
Ansiosas, infadadas...
Do ônibus tu és
O ponto de referência
Na avenida presencias
Barulho e imprudência
Vai e vem dos humanos
Suor, desejo, carência...
Obrigado, jacarandá
Tu anunciaste a primavera
Tuas flores avisaram
O início de nova era
Um tempo de renascer
Mandar embora as feras...
Ira! Essa é uma letra para uma música muitobonita!!! Imagino até o título: "Meu jacarandá florido"! Assim é a vida, simples, singela, mas misteriosa...Valeu
ResponderExcluirps: JACARANDÁ - "Árvore da família das Bignoniáceas, de flores azuis e madeira muito apreciada"
Esta aí meu amigo: você saiu do universal para o particular, da primavera do Sul para a primavera da varanda e do Jacarandá, das mulheres que esperam o ônibus e tudo o quanto há.
ResponderExcluirGostaria de ter sua alma de poeta (olha que inveja, rsrs...) para fazer um pedido ao colibri, algo como dizer aos transeuntes que a janela do tempo está sempre aberta para a primavera da vida.