os ipês estão nus
sua beleza fugaz
foi levada pelo vento
que hoje veio sem paz
e levou as últimas flores
ipês são amores
desta larga janela
vejo duas palmeiras
as palmas de ambas se tocam
se acariciam
suas copas querem alcançar o céu
meu pensamento foge
longe
me transporto para o alto
lá no cume do edifício hospitalar
um urubu agoura
o preto e o azul se mesclam
me torno andorinha e voo entre outras duas
bem alto
depois me despeno todo
caio
o vento sopra
ele vai levando agosto...
ele vai levando agosto...
Amado Poeta, senti aqui dentro esse vento levando agosto, o meu agosto, o nosso agosto...ahhh Agosto... e na travessia da vida, agosteamos...
ResponderExcluirps: esse blog tá fofo ;)
obrigado, minha rosa! um bjão
ResponderExcluir"Agosto é mês do desgosto"?!... Como aceitar tal insinuação ao saborear o gosto desse poema tão aromatizado pela sensibilidade lúdica do Ira que traz a nítida sensação de que agosto não se evita, mas se vivencia?
ResponderExcluirO Ira demonstra com a nata perspicácia literária que vale a pena encarar o cotidiano.
Prezado Afonso, gostei muito de sua visita. Muito afável e sensível seu comentário! Grato pela apreciação! Grande abraço
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