ouviu o barulho na porta
talvez o vento, ninguém
o tic-tac hora morta
trazia saudade de alguém
no peito sentimento deserto
lá fora a avenida acordou
aqui dentro sou eu que desperto
do sono ainda zonzo estou
o espelho é imagem torta
nos olhos pureza de infância
na face a idade riscou
rugas, caminhos, distância
a imagem não sou eu, falou
voz vinda de fora
voz rouca, voz morta
a água lavou
abri a cortina
dia azul acordou
sai, sem medo da sina...
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