é o sem-destino
é a vontade de ser
e o não-ser
é o não caber dentro da gente mesmo
é a saudade do que nunca foi
é a dor no mais fundo da alma...
06 julho 2010
04 julho 2010
eira
aprendeu a estufar o peito
a levantar a cabeça
e a enfrentar o medo
aprendeu que a vida não é
um livro aberto
é segredo
aprendeu que a realidade
é também ilusão
e que a razão
é confusa
aprendeu a calar
para humilhar a arrogância
e terminou o dia
sem comer
sem ler
nem correr...
a levantar a cabeça
e a enfrentar o medo
aprendeu que a vida não é
um livro aberto
é segredo
aprendeu que a realidade
é também ilusão
e que a razão
é confusa
aprendeu a calar
para humilhar a arrogância
e terminou o dia
sem comer
sem ler
nem correr...
29 junho 2010
fragmento
- oh, fii, cê tirou foto da viagem a são paulo?
- não, tio, eu tava triste. a vó adoeceu...
- não, tio, eu tava triste. a vó adoeceu...
27 junho 2010
desnudo
do pliar da igreja
olhei como quem foge
procurei o céu
estava azul
tão azul
o céu desnudo
e eu mudo
e surdo
num átimo
não ouvi o padre
não pedi perdão
não elevei glórias
não escutei nada
e nem disse amém...
olhei como quem foge
procurei o céu
estava azul
tão azul
o céu desnudo
e eu mudo
e surdo
num átimo
não ouvi o padre
não pedi perdão
não elevei glórias
não escutei nada
e nem disse amém...
21 junho 2010
excêntrico
respeito é bom
mas você me marcou no peito
com a cicatriz suspeita
ambos entranhos
entre a lucidez e a cegueira
dentes de leite e de sangue
como objeto qualquer
o pigarro foi a voz da recusa
o nó na garganta
a dor do desprezo
salivei para não vomitar
o gosto de não-ser...
mas você me marcou no peito
com a cicatriz suspeita
ambos entranhos
entre a lucidez e a cegueira
dentes de leite e de sangue
como objeto qualquer
o pigarro foi a voz da recusa
o nó na garganta
a dor do desprezo
salivei para não vomitar
o gosto de não-ser...
17 junho 2010
vestígio
no dia em que meus olhos
encontraram os seus
o relógio quebou
caiu de cara no azulejo
o ponteiro parou
não resisti tanta beleza
de lá para cá rastejo
seus rastros
seu olhar...
encontraram os seus
o relógio quebou
caiu de cara no azulejo
o ponteiro parou
não resisti tanta beleza
de lá para cá rastejo
seus rastros
seu olhar...
16 junho 2010
descartável
que seja asneira
disse que tinha pena das bananeiras
coitadas
depois de um único cacho
são cortadas
jogadas
largadas
até queimadas
mas quem as corta
geralmente pega nódoa
minha camisa está enodoada...
15 junho 2010
abstração
me prostrei
as fumaças rituais
subiram
chorei
entrei em transe
quando fechei os olhos
me vi saindo da grande sala
não soube dizer adeus
parti sem malas
sem rumo
a senhora da cozinha
perguntou o que havia
baixei os olhos
ela sabia
não olhei pra trás
sumi na rua estreita...
as fumaças rituais
subiram
chorei
entrei em transe
quando fechei os olhos
me vi saindo da grande sala
não soube dizer adeus
parti sem malas
sem rumo
a senhora da cozinha
perguntou o que havia
baixei os olhos
ela sabia
não olhei pra trás
sumi na rua estreita...
09 junho 2010
dias
na hora em que a terra sumir
dos pés
na hora em que tudo for esquecimento
deslocamento
na hora em que a gente é nu
na multidão
na hora em que a dor aperta
no peito
na hora em que nada parece
ter jeito
na hora
existência...
dos pés
na hora em que tudo for esquecimento
deslocamento
na hora em que a gente é nu
na multidão
na hora em que a dor aperta
no peito
na hora em que nada parece
ter jeito
na hora
existência...
31 maio 2010
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