Por Ira Brito
Ela veste uma manta lilás.
Leva à mão uma foice,
bem afiada.
Dela ninguém escapa.
A danada chega na sombra
e assombra.
Dizem que seu nome é morte...
20 junho 2006
18 junho 2006
UMA PAIXÃO
Por Ira Brito
Um jovem cheio de sonhos vivia uma paixão.
Uma paixão fora do comum.
Aliás, nenhuma paixão é comum.
Ele tomou uma canoa e dirigiu-se
à outra margem do lago (açude).
O sol brilhava.
Algumas nuvens branquinhas
eram levemente empurradas pelo vento do sertão.
O jovem remou apressadamente
até a casa de sua professora,
com a qual aprendeu a vontade de beleza.
O que não tinha coragem de falar aos pais,
tampouco aos irmãos,
pois sabia que seria alvo de chacota,
disse apenas a professora:
– Quero ser padre.
É provavel que seus olhos brilharam tal e qual o sol daquela tarde.
A professora sorriu em profecia...
Um jovem cheio de sonhos vivia uma paixão.
Uma paixão fora do comum.
Aliás, nenhuma paixão é comum.
Ele tomou uma canoa e dirigiu-se
à outra margem do lago (açude).
O sol brilhava.
Algumas nuvens branquinhas
eram levemente empurradas pelo vento do sertão.
O jovem remou apressadamente
até a casa de sua professora,
com a qual aprendeu a vontade de beleza.
O que não tinha coragem de falar aos pais,
tampouco aos irmãos,
pois sabia que seria alvo de chacota,
disse apenas a professora:
– Quero ser padre.
É provavel que seus olhos brilharam tal e qual o sol daquela tarde.
A professora sorriu em profecia...
17 junho 2006
ANJOS
Por Ira Brito
Sonhei com dois anjinhos.
Na verdade eram quatro,
mas só lembro mesmo de dois.
Agora, em minha mente,
há uma lembrança como sombra.
Ah, não eram anjos, eram "anjas".
Ensinaram-me que anjos não
têm sexo. Uma contradição.
Ou um paradoxo: todo anjo
é masculino no nome e feminino
na aparência. Sei lá. Em meu sonho
eram duas menininhas lindas,
de cabelos longos. Ambas sorriam.
Imaginem, elas estavam passeando
numa corrocinha puxada por um carneirinho.
No sonho eu pensei: isso não é real. É uma visagem.
É apenas um SONHO. Vai saber.
Na verdade as duas me disseram:
Somos anjos.
Acordei quando ia fazer perguntas.
Não devia ter acordado.
Quero dormir de novo.
Sonhei com dois anjinhos.
Na verdade eram quatro,
mas só lembro mesmo de dois.
Agora, em minha mente,
há uma lembrança como sombra.
Ah, não eram anjos, eram "anjas".
Ensinaram-me que anjos não
têm sexo. Uma contradição.
Ou um paradoxo: todo anjo
é masculino no nome e feminino
na aparência. Sei lá. Em meu sonho
eram duas menininhas lindas,
de cabelos longos. Ambas sorriam.
Imaginem, elas estavam passeando
numa corrocinha puxada por um carneirinho.
No sonho eu pensei: isso não é real. É uma visagem.
É apenas um SONHO. Vai saber.
Na verdade as duas me disseram:
Somos anjos.
Acordei quando ia fazer perguntas.
Não devia ter acordado.
Quero dormir de novo.
15 junho 2006
PRECE
Por Ira Brito
Acordamos para a vida
Para a esperança, o amor
Para o sorriso sincero
Para espantar a dor
Para a alegria fraterna
Para o entusiasmo, o fervor...
Nossa prece para todos:
A criança que sorrir inocente
O idoso que fala cansado
O jovem sonhador e contente
O trabalhador estressado
O pobre, sem terra e sem dente...
Pelo vendedor ambulante
Que já montou sua barraca
Pelo vaqueiro esperto
Que já ordenhou a vaca
Pelo doente solitário,
Triste na sua maca...
Pelos que nunca são lembrados
Pelos aposentados roubados
Pelos que são ignorados
Pelos que não são amados
Pelos que vivem angustiados
Pelos que são escravizados
Pelos que nasceram condenados...
Uma prece é silenciar a alma, o sopro vital.
Uma prece é sentir as dores do mundo.
Uma prece é sorrir para a vida.
Uma prece é superar o que é medíocre,
é transcender ...
Acordamos para a vida
Para a esperança, o amor
Para o sorriso sincero
Para espantar a dor
Para a alegria fraterna
Para o entusiasmo, o fervor...
Nossa prece para todos:
A criança que sorrir inocente
O idoso que fala cansado
O jovem sonhador e contente
O trabalhador estressado
O pobre, sem terra e sem dente...
Pelo vendedor ambulante
Que já montou sua barraca
Pelo vaqueiro esperto
Que já ordenhou a vaca
Pelo doente solitário,
Triste na sua maca...
Pelos que nunca são lembrados
Pelos aposentados roubados
Pelos que são ignorados
Pelos que não são amados
Pelos que vivem angustiados
Pelos que são escravizados
Pelos que nasceram condenados...
Uma prece é silenciar a alma, o sopro vital.
Uma prece é sentir as dores do mundo.
Uma prece é sorrir para a vida.
Uma prece é superar o que é medíocre,
é transcender ...
13 junho 2006
PRAZER E DOR
Por Ira Brito
Para sentir prazer
há sofrer;
chega até gemer.
Suspirar. Até dói.
É, por assim dizer,
o ato que também damos
o nome de amor.
Para sentir prazer
há sofrer;
chega até gemer.
Suspirar. Até dói.
É, por assim dizer,
o ato que também damos
o nome de amor.
11 junho 2006
GOZO
Por Ira Brito
Tudo apagado. Mesmo assim fechou os olhos.
Fechou os olhos para ver e sentir...
Sem sofreguidão acariciou o amor.
Num instante, tudo era eterno.
O prazer sorriu.
Tudo apagado. Mesmo assim fechou os olhos.
Fechou os olhos para ver e sentir...
Sem sofreguidão acariciou o amor.
Num instante, tudo era eterno.
O prazer sorriu.
10 junho 2006
MICRO CONTO III
Por Ira Brito
O sol brilhava e o céu era de um azul incandescente.
Dentro dela havia uma fogueira em labaredas.
Olhou pro infinito e nem se encantou.
Bocejou indiferença para a beleza.
De seu poço: profundo e sujo arrancou um suspiro.
A existência não tinha mais nenhum sentido.
Pobre ser, vivente em sumiço!
Pronunciou um lamento silencioso:
- De hoje não passo!
O sol brilhava e o céu era de um azul incandescente.
Dentro dela havia uma fogueira em labaredas.
Olhou pro infinito e nem se encantou.
Bocejou indiferença para a beleza.
De seu poço: profundo e sujo arrancou um suspiro.
A existência não tinha mais nenhum sentido.
Pobre ser, vivente em sumiço!
Pronunciou um lamento silencioso:
- De hoje não passo!
MICRO CONTO II
Por Ira Brito
Gosto do barulho de chuva na telha.
Tenho pena dos pobres que não têm telhas.
Gosto do barulho de chuva na telha.
Tenho pena dos pobres que não têm telhas.
09 junho 2006
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