Retorno meio obscuro.
Várias vezes aquele retorno.
Caras de indiferença.
Uns parceciam do tempo real,
outros eram gente nova.
Aquelas reuniões de abertura,
eu ali quieto, meio sem graça;
quase ou totalmente excluído.
No início me deixaram atrás de uma coluna,
ou como diz no popular, de um parapeito.
Penso hoje, que aquela era uma estratégia
de não me deixarem exposto ao público.
Minha cara cheinha de espinha, tinha vergonha.
Ixe, que chato quando me perguntavam:
– O que foi isso no seu rosto?
Só respondia por educação.
Sim, mas depois me puseram pra trabalhar
na primeira cadeira, bem na entrada do banco.
Já me sentia mais familiar no espaço.
No entanto, minha timidez de menino do sítio,
criado no mato até os 15 anos, impediu que
avançasse mais na experiência.
Fiquei ali durante dois anos. Até completar os 18.
Ingressei porque venci na prova de seleção.
Dos quatro colégios públicos
que disputaram àquela vaga,
somente eu consegui.
Nem acreditei quando me disseram o resusltado.
– O padre passou na prova, disse o gerente
É que na entrevista, havia revelado meu desejo de
um dia me tornar padre. A turma lá até riu de mim.
Na hora do resultado, era pouco mais de meio dia.
Eu sem jeito, nem lembro como reagi...
Nossa, ainda nem conhecia bem a cidade.
Alguns meses somente.
Estava me adaptando à vida urbana.
Sequer sabia ao certo o endereço do banco.
A diretora do colégio, onde eu estudava
me chamou na secretaria e disse:
– Você foi selecionado para concorrer a
uma vaga de estagiário no Banco do Brasil.
***
Sei lá porque sempre sonho, retornando àquele estágio!
Ontem sonhei de novo. Tudo tão estranho.
Eu lelé, tonto no meio daquele gente,
totalmente desterritorizado,
deslocado do tempo e do espaço.
Será se Freud explica?
Essa coisa de subconsciente
é mistério mesmo...
Oi, Irinha.
ResponderExcluirTua vida já vale um livro, né?
Gostei...
Que o brilho da lua ilumine teus caminhos.
Oh, Lu@, obrigado! Que bom contar com tuas visitas e apreciações aqui neste espaço.
ResponderExcluirA Lua ilumine teus passos, sempre!
Beijo.