14 julho 2006

CONTIDO

Por Ira Brito

Um gole de mágoa
Um trago de solidão
Um respiro de abandono
Um gemido de paixão
Um olhar atravessado
Um soluço de tensão...

Subiu e desceu correndo
Três lances daquela escada
Abriu e fechou a porta
Não queria pensar em nada
Saiu sem rumo na rua
Com uma raiva danada...

Um sentimento estranho
Tal revolta adolescente
Chegou sem mandar aviso
Na hora do expediente
Justo naquele dia
Que acordara contente...

Mas nada é por acaso
Tudo tem razão de ser
A raiva foi explosão
Do que não devia reter
O sentimento abafado
Pelo medo do prazer...

Cada um leva consigo
Algo de livro aberto
Carrega também um cofre
Singiloso e bem coberto
Nem o mais fiel amigo
Adentra neste deserto...

Nem que seja bem esperto.
Há coisas que vão pra tumba...

2 comentários:

  1. Concordo plenamente, meu querido, tem coisas q vão pra tumba.
    Abçs

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  2. Oh, Lu@! Que bom receber sua visita.
    Obrigado
    Bj.

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