16 dezembro 2006

CAPUCHO


Por Ira Brito

Da flor nascerá
o capucho de algodão...
Vagueia pensamento
Pode alimentar ilusão
Vai lá onde o existir é nada
Passeia no vale das almas apenadas
Conversa com os seres sedentos
Que não pesam na balança da lei
Na lei dos que só pensam no bolso
No seu próprio bolso...
Vagueia pensamento
Na vida maldita dos que hoje são lixo...
Lixo podre e ambulante, volante...
Vagueia ondulante qual montanha
Qual estômago em náusea
Vagueia na orla, na margem do existir
Corre veloz, não em fuga...
Ali há um ser com pulga
Não pense que seja cão
É um ser que um dia teve razão...
Inhaca, insuportável inhaca
Não, não é gambá
Era só o que faltava
Gambá urbana...

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