Ainda que
Ira Brito
Ainda que o mundo semeie a cultura da morte, espalhe a violência, provoque a dor, banalize a vida.
Ainda que o mundo cultive o ódio, a guerra, os conflitos.
Ainda que o mundo incite à vingança, plante a discórdia, incentive o rancor.
Ainda que o mundo seja pedante, orgulhoso, interesseiro, covarde.
Ainda que o mundo não queira o diálogo, não escute.
Ainda que o mundo só pense em seus interesses, não tenha sentimentos, não tenha coração.
Ainda que o mundo seja falso, superficial, ingrato.
Ainda que o mundo só planeje o mal, só tencione para a desgraça.
Ainda que o mundo idolatre o lucro, adore o dinheiro.
Ainda que o mundo não sacie sua sede de consumir, crie necessidades.
Ainda que o mundo faça o supérfluo virar moda.
Ainda que o mundo almeje privilégios, sustente desejo de grandeza, seja apegado as riquezas.
Ainda que o mundo explore os pequenos, roube os indefesos, tire o pão da boca dos pobres.
Ainda que o mundo assalte e cause terror, pise, explore, escravize trabalhadores.
Ainda que o mundo não tenha piedade, não se compadeça dos sofredores.
Ainda que o mundo afogue multidões na miséria.
Ainda que o mundo não esteja nem aí para o que é humano.
Ainda que o mundo tampouco se interesse pela defesa do meio ambiente.
Ainda que o mundo prime pela corrupção, acumule bens, concentre poderes.
Ainda que o mundo faça os humanos rastejarem sem eira nem beira.
Ainda que o mundo nos dê as costas.
Ainda que o mundo...
Aqui não tem lição de moral. Um mundo melhor está em nossas mãos.
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