obrigado a vc
pelas visitas aqui
pela companhia virtual
pela presença em minha vida
2009 foi um ano maravilhoso
tanks be to god!
no momento
estou na Irlanda
por dois meses
por isso nao tenho
autualizado o blog
feliz natal e ano novo
abraço com ternura...
24 dezembro 2009
03 dezembro 2009
dezembro
"é o amor outra vez"
ouço a voz de bethânia
me arrepio
é dezembro
há sempre um temporal
devastador
que nesta época do ano
arrebenta as paredes
de mim
dezembro
conheço sua cor
seu gosto e desgosto
ódio e amor
seu nome é sempre
a angústia d'algum fim...
ouço a voz de bethânia
me arrepio
é dezembro
há sempre um temporal
devastador
que nesta época do ano
arrebenta as paredes
de mim
dezembro
conheço sua cor
seu gosto e desgosto
ódio e amor
seu nome é sempre
a angústia d'algum fim...
28 novembro 2009
mar
sem entender
corri rumo ao mar
estava escuro
apenas ouvia as ondas
e sentia o vento morno
que colava em minha pele
corri para oferecer lágrimas
lágrimas ao imenso
ali curti a dor de amar
e passei sede em frente ao mar...
corri rumo ao mar
estava escuro
apenas ouvia as ondas
e sentia o vento morno
que colava em minha pele
corri para oferecer lágrimas
lágrimas ao imenso
ali curti a dor de amar
e passei sede em frente ao mar...
20 novembro 2009
fome
abro a boca
e o íntimo treme
o tempo geme
nesta hora oca
o céu lá fora
me chama
como uma voz
de quem ama
o vento lento
a cortina abana
e no meu coração
a saudade do amor
que antes de existir
se foi...
e o íntimo treme
o tempo geme
nesta hora oca
o céu lá fora
me chama
como uma voz
de quem ama
o vento lento
a cortina abana
e no meu coração
a saudade do amor
que antes de existir
se foi...
11 novembro 2009
silêncio do amor
quando o coração sente
de verdade a presença do amor
todas as perguntas são desnecessárias
o amor não calcula
não perde tempo com falas vazias
o amor simplesmente se mostra
enche os espaços de vida
e se faz sentir
diante da pessoa amada
em cada pulsar do coração
o mistério profundo se revela
no silêncio da alma
é nessa hora que as palavras se calam
é nessa hora que a verdade se mostra
e a gente experimenta o sublime
sem pronunciar uma palavra...
de verdade a presença do amor
todas as perguntas são desnecessárias
o amor não calcula
não perde tempo com falas vazias
o amor simplesmente se mostra
enche os espaços de vida
e se faz sentir
diante da pessoa amada
em cada pulsar do coração
o mistério profundo se revela
no silêncio da alma
é nessa hora que as palavras se calam
é nessa hora que a verdade se mostra
e a gente experimenta o sublime
sem pronunciar uma palavra...
08 novembro 2009
arrolho
os olhos como vertentes
dão voz a minha dor calada
a lágrima silenciosa
rompe o silêncio da madrugada...
dão voz a minha dor calada
a lágrima silenciosa
rompe o silêncio da madrugada...
03 novembro 2009
02 novembro 2009
natalidade
neste dia de memória dos falecidos
não reverencio a morte
só a vida merece reverência
admito, sim, que a morte constitui uma realidade
biologicamente, ela é inevitável
morrerei
mas prefiro a palavra natalidade
é ela que nos iguala
que nos torna semelhantes
portadores da mesma dignidade
nascemos para começar algo novo
e é por essa condição
de renovação que
neste dia de finados
expresso minha fé em outro nascimento...
não reverencio a morte
só a vida merece reverência
admito, sim, que a morte constitui uma realidade
biologicamente, ela é inevitável
morrerei
mas prefiro a palavra natalidade
é ela que nos iguala
que nos torna semelhantes
portadores da mesma dignidade
nascemos para começar algo novo
e é por essa condição
de renovação que
neste dia de finados
expresso minha fé em outro nascimento...
29 outubro 2009
rio
sou rio
de águas correntes
rio
de águas paradas
rio subterrâneo de mim
de água, de sangue
de desejo, de paixão...
de águas correntes
rio
de águas paradas
rio subterrâneo de mim
de água, de sangue
de desejo, de paixão...
27 outubro 2009
sopro
vento
venha
me traz o que nem sei
e antes de sabê-lo
prezo
rezo
vento
não quero promessas
vem
me devolve o sopro
aquele vital
sou barro
não
nem bem
nem mal
ou
bem e mal
vento
ouve meu silêncio
sopra em mim...
venha
me traz o que nem sei
e antes de sabê-lo
prezo
rezo
vento
não quero promessas
vem
me devolve o sopro
aquele vital
sou barro
não
nem bem
nem mal
ou
bem e mal
vento
ouve meu silêncio
sopra em mim...
26 outubro 2009
segunda
no aconchego de casa
na segurança da poltrona
diante da tevê
deixo que a lágrima
escorra silenciosa
são tantas dores
tumultos humanos
nesta segunda de morte
um bebê
baleado no colo da mãe
a mãe é morta
isso é dolorido demais...
na segurança da poltrona
diante da tevê
deixo que a lágrima
escorra silenciosa
são tantas dores
tumultos humanos
nesta segunda de morte
um bebê
baleado no colo da mãe
a mãe é morta
isso é dolorido demais...
25 outubro 2009
romance
escreverei uma história
terá 13 capítulos
se não houver aborto
nascerá daqui a 9 meses
poderá também
nascer de 7 meses
não sei o gênero
talvez híbrido
como tudo que existe...
terá 13 capítulos
se não houver aborto
nascerá daqui a 9 meses
poderá também
nascer de 7 meses
não sei o gênero
talvez híbrido
como tudo que existe...
24 outubro 2009
mundo
o mundo pode ser
do tamanho que for
quanto ao meu mundo
não me importa seu tamanho
importa que eu me sinta
em casa nele...
do tamanho que for
quanto ao meu mundo
não me importa seu tamanho
importa que eu me sinta
em casa nele...
23 outubro 2009
inefável
há experiências
na vida
que não conseguimos
expressar
em palavras
não porque
não saibamos
o que elas significam
mas porque as palavras
não são capazes de expressar
a grandeza dos sentidos
do vivido
é o que me sucede hoje
não consigo dizer
o que sinto...
na vida
que não conseguimos
expressar
em palavras
não porque
não saibamos
o que elas significam
mas porque as palavras
não são capazes de expressar
a grandeza dos sentidos
do vivido
é o que me sucede hoje
não consigo dizer
o que sinto...
22 outubro 2009
gota
sou uma gota
como tantas vezes
posso me desmanchar
e de gota em gota
me transformar em riacho
em rio
posso arriscar penhascos
cachoeira ser
quem sabe
até chegar ao mar
mas hoje
quero ser
apenas uma gota...
como tantas vezes
posso me desmanchar
e de gota em gota
me transformar em riacho
em rio
posso arriscar penhascos
cachoeira ser
quem sabe
até chegar ao mar
mas hoje
quero ser
apenas uma gota...
19 outubro 2009
desatado
há dias
que a sujeira
se mexe lá no fundo do poço
e a náusea contorce o corpo
a gente ouve a voz
do anjo torto
aquele do poeta
e seguimos no deserto
sem a verdade certa...
que a sujeira
se mexe lá no fundo do poço
e a náusea contorce o corpo
a gente ouve a voz
do anjo torto
aquele do poeta
e seguimos no deserto
sem a verdade certa...
15 outubro 2009
entre
quando a noite cai
e o mistério paira
o escuro ruge em mim
nesse escuro
busco a parte autêntica
que o dia me roubou...
e o mistério paira
o escuro ruge em mim
nesse escuro
busco a parte autêntica
que o dia me roubou...
14 outubro 2009
08 outubro 2009
como se...
devo dizer
ali não senti a energia
da roça
o que senti
foi o luxo encardido
dos ricos
disfarçado na saudade
do interior
devo dizer
saí dali
como se não tivesse ido...
ali não senti a energia
da roça
o que senti
foi o luxo encardido
dos ricos
disfarçado na saudade
do interior
devo dizer
saí dali
como se não tivesse ido...
07 outubro 2009
presente
hoje ganhei
um presente muito especial
um poema
a MISSA
o declamador foi meu amigo Claudiano
Isaías, Tiago e Guilherme
meus irmãos no caminho
me disseram preces lindas
eu me senti tão feliz
emocionado mesmo
a palavra possível foi
GRATIDÃO
e o silêncio feliz
***
lembrando de casa:
de mamãe
de papai
das manas
dos manos
dos sobrinhos
das sobrinhas
amo tanto vocês
saudades
é muito bom viver
é muito bom estar no mundo
e sentir-se parte dele
obrigado a você
de coração
pelos telefonemas
scraps
e-mails
presença
abraços...
um presente muito especial
um poema
a MISSA
o declamador foi meu amigo Claudiano
Isaías, Tiago e Guilherme
meus irmãos no caminho
me disseram preces lindas
eu me senti tão feliz
emocionado mesmo
a palavra possível foi
GRATIDÃO
e o silêncio feliz
***
lembrando de casa:
de mamãe
de papai
das manas
dos manos
dos sobrinhos
das sobrinhas
amo tanto vocês
saudades
é muito bom viver
é muito bom estar no mundo
e sentir-se parte dele
obrigado a você
de coração
pelos telefonemas
scraps
e-mails
presença
abraços...
06 outubro 2009
passageiras
a moça mineira
disse no ônibus:
"nada é eterno, soh"
a moça cearense
disse no ônibus
"oxe, se eu compro
uma roupa eu uso é logo
se eu morrer fica pros outros"...
disse no ônibus:
"nada é eterno, soh"
a moça cearense
disse no ônibus
"oxe, se eu compro
uma roupa eu uso é logo
se eu morrer fica pros outros"...
04 outubro 2009
palavra
que a palavra me leve
e se quiser
me traga de volta
palavra é salvação
e perdição
palavra
me abrace
e pode me consumir
sou seu objeto...
e se quiser
me traga de volta
palavra é salvação
e perdição
palavra
me abrace
e pode me consumir
sou seu objeto...
02 outubro 2009
outubro
o dia me exala perfume de vida
as cigarras lá fora fazem coral
sinto o sangue irrigado em minhas veias
e no peito o coração pulsar desejoso
meus dedos querem tocar
a paz
a pele quente, viva
corpo presente
outubro em mim...
as cigarras lá fora fazem coral
sinto o sangue irrigado em minhas veias
e no peito o coração pulsar desejoso
meus dedos querem tocar
a paz
a pele quente, viva
corpo presente
outubro em mim...
30 setembro 2009
transitório
quando vi seus olhos molhados
também quis chorar
você escondia o olhar
saí pensando em seus olhos
qual sua dor
foi a primeira e última vez
que nos vimos...
também quis chorar
você escondia o olhar
saí pensando em seus olhos
qual sua dor
foi a primeira e última vez
que nos vimos...
28 setembro 2009
fiapos
a cigarra cantou
música de morte
e a palavra em mim
travou na garganta
o farmakon foi qual veneno
e se disse:
é melhor parar por aqui
um grito se fez no vácuo
e o eco ainda me estremece...
música de morte
e a palavra em mim
travou na garganta
o farmakon foi qual veneno
e se disse:
é melhor parar por aqui
um grito se fez no vácuo
e o eco ainda me estremece...
19 setembro 2009
17 setembro 2009
prosternação
tantas vezes
banhei seus pés
com lágrimas
e noutras tantas
sequei eles
com meus cabelos
tal a mulher do evangelho
hoje queria
prostar-me
aos seus pés
e sem dizer
uma só palavra
expressar todo o meu amor
toda minha dor...
banhei seus pés
com lágrimas
e noutras tantas
sequei eles
com meus cabelos
tal a mulher do evangelho
hoje queria
prostar-me
aos seus pés
e sem dizer
uma só palavra
expressar todo o meu amor
toda minha dor...
15 setembro 2009
10 setembro 2009
uma nuvem
há sete meses não caia uma gota d’água no sertão. a terra sedenta e a paisagem cinzenta pareciam clamar por socorro do céu. uma nuvem escura no horizonte indicava proximidade de chuva. vendo a nuvem, e curioso como são as crianças, meu sobrinho perguntou: “tio, o que é que tem lá naquela nuvem?” antes que eu respondesse, ele acrescentou: “é água, é tio?”. sim, disse eu, sem muita convicção.
“tio, e por que a água fica presa lá? quem prende a água?”, continuo ele. procurei uma forma de responder. mas antes que eu me pronunciasse, ele rapidamente fez outra pergunta: “é Deus, tio?”.
“tio, e por que a água fica presa lá? quem prende a água?”, continuo ele. procurei uma forma de responder. mas antes que eu me pronunciasse, ele rapidamente fez outra pergunta: “é Deus, tio?”.
se eu já estava com dificuldade de encontrar respostas, agora minha situação parecia piorar. sem esperar que eu respondesse, ele, com a ternura que somente as crianças têm, falou: “se eu fosse Deus não prendia a água, não”. dito isso saiu correndo ao encontro dos colegas, com quem brincava no pátio de casa.
06 setembro 2009
infância encantada
aquele mundo pequeno
mundo encantado
de minha infância
para mim era enorme
e o era
tanto que
vez e outra
aquele mundo
se revira na memória
abracei aquela casa
abracei como quem abraça a pessoa amada
casa que fomos obrigados a deixar
canto da casa
paredes sem reboco
sombra do outão
onde construíamos
um outro mundo
todo nosso
abracei a casa
num gesto puro
e sem saber
expressava
a vontade
de cosmificação
a necessidade
de um ponto fixo...
mundo encantado
de minha infância
para mim era enorme
e o era
tanto que
vez e outra
aquele mundo
se revira na memória
abracei aquela casa
abracei como quem abraça a pessoa amada
casa que fomos obrigados a deixar
canto da casa
paredes sem reboco
sombra do outão
onde construíamos
um outro mundo
todo nosso
abracei a casa
num gesto puro
e sem saber
expressava
a vontade
de cosmificação
a necessidade
de um ponto fixo...
04 setembro 2009
anjo da lua nova
eu remava a canoa
nas águas do angico
a lua nova se escondia
sentia na pele um ventinho morno soprar
e o cheiro de peixe no ar
na proa uma mãe e um anjinho no colo
o anjinho gemeu
quase um grito
a mãe alarmou:
"meu filho morreu"
ainda não era a hora
mas o anjinho padecia
seus olhinhos molhados
escondia uma dor sem nome
a rezadeira foi direta:
"este menino não vai até dimanhã"
as quatro da madrugada
sua curta passagem neste mundo findou
três meses de sofrimento
a tarde atravessamos o açude
três canoas
numa delas
um caixãozinho com algumas flores
"com minha mãe estarei na santa glória um dia..."
cantávamos
o anjinho foi sepultado ao pé da cruz de um antepassado
o cheiro de talco
o cheior da flor de bugari
é a lembrança de uma dor
de um sentimento
que palavra alguma pode expressar...
nas águas do angico
a lua nova se escondia
sentia na pele um ventinho morno soprar
e o cheiro de peixe no ar
na proa uma mãe e um anjinho no colo
o anjinho gemeu
quase um grito
a mãe alarmou:
"meu filho morreu"
ainda não era a hora
mas o anjinho padecia
seus olhinhos molhados
escondia uma dor sem nome
a rezadeira foi direta:
"este menino não vai até dimanhã"
as quatro da madrugada
sua curta passagem neste mundo findou
três meses de sofrimento
a tarde atravessamos o açude
três canoas
numa delas
um caixãozinho com algumas flores
"com minha mãe estarei na santa glória um dia..."
cantávamos
o anjinho foi sepultado ao pé da cruz de um antepassado
o cheiro de talco
o cheior da flor de bugari
é a lembrança de uma dor
de um sentimento
que palavra alguma pode expressar...
24 agosto 2009
18 agosto 2009
salobra
quando na calada da noite
o corpo desperta
e a palavra entalada
na garganta seca
a escuridão do quarto
de mim
partilha a lágrima salobra
que escorre pra lugar nenhum
de mim...
o corpo desperta
e a palavra entalada
na garganta seca
a escuridão do quarto
de mim
partilha a lágrima salobra
que escorre pra lugar nenhum
de mim...
16 agosto 2009
15 agosto 2009
13 agosto 2009
lacunar
ruptura dói
quero a cura
desta fratura
que ainda mais
me fragmenta
pedacinhos, vontade de paz
sacode, atormenta
senão a cura
quero a liga
pra ligar as partes
sejam cabos, plugues
ou wireless
quero o contínuo...
quero a cura
desta fratura
que ainda mais
me fragmenta
pedacinhos, vontade de paz
sacode, atormenta
senão a cura
quero a liga
pra ligar as partes
sejam cabos, plugues
ou wireless
quero o contínuo...
07 agosto 2009
palavras
não me venha com
palavra rebuscada
enfeitada
porém oca
prefiro palavra louca
aquelas com boca,
língua, garganta, pescoço
lábios e olhos apaixonantes
pode ser palavras formigas
ou mesmo elefantes
quero palavras para degustá-las
e deixá-las encorrer em minhas veias...
palavra rebuscada
enfeitada
porém oca
prefiro palavra louca
aquelas com boca,
língua, garganta, pescoço
lábios e olhos apaixonantes
pode ser palavras formigas
ou mesmo elefantes
quero palavras para degustá-las
e deixá-las encorrer em minhas veias...
06 agosto 2009
fagulha
que seja sagrado ou mágico
filósofo ou poeta trágico
seja alto, baixo ou o que for
importa que fale coisas de amor
na língua da justiça
sem cobiça
venha com olhar de sabedoria
e feições de alegria
venha na paz
o mais tanto faz...
filósofo ou poeta trágico
seja alto, baixo ou o que for
importa que fale coisas de amor
na língua da justiça
sem cobiça
venha com olhar de sabedoria
e feições de alegria
venha na paz
o mais tanto faz...
04 agosto 2009
tinto
aceno e deixo o sereno
bater no rosto
sinto a solidão do labirinto
de mim mesmo
adentro sedento
a casa que sou
no caminho
entre o que virá
e o que passou...
bater no rosto
sinto a solidão do labirinto
de mim mesmo
adentro sedento
a casa que sou
no caminho
entre o que virá
e o que passou...
02 agosto 2009
rumos
seja aqui ou lá
são paulo, caxias do sul, bh
seja onde for o lugar
caule, folha, flor, raiz
ceará...
são paulo, caxias do sul, bh
seja onde for o lugar
caule, folha, flor, raiz
ceará...
01 agosto 2009
caxias do sul
no total
morei 7 anos em caxias do sul
aprendi a gostar desta cidade
devagarinho
pois ela não abraça à primeira vista
mas com o tempo se deixa revelar
aprendi muito
fiz amizades
com neblina
frio
céu azul
luminosidade
plátanos e seus estágios
sinais
sentirei saudade...
morei 7 anos em caxias do sul
aprendi a gostar desta cidade
devagarinho
pois ela não abraça à primeira vista
mas com o tempo se deixa revelar
aprendi muito
fiz amizades
com neblina
frio
céu azul
luminosidade
plátanos e seus estágios
sinais
sentirei saudade...
30 julho 2009
dissertação
POÉTICA SERTANEJA:
ASPECTOS DO SAGRADO EM PATATIVA DO ASSARÉ
é esse o título de minha dessertação que defendi no útimo dia 28 de julho. fiquei muito feliz com o resultado. apresento aqui dois fragmentos da introdução:
Patativa do Assaré, "poeta que no princípio fora violeiro, repentista, cordelista. E ao longo da vida foi isso tudo junto. Expressões essas oriundas de um saber ancestral que lhe legaram a forma primordial da linguagem: a fala. Sua poesia é voz, um eco herdado dos tempos originais."
"A audição pela primeira vez da declamação de um cordel abriu-lhe os ouvidos e despertou-lhe a vontade de beleza: poderia explicar o mundo por meio da palavra poetizada. A revelação do belo lhe veio pelos ouvidos. A partir de então nada o detinha na busca por saciar a fome de poesia. Daí seus versos fartos, vertidos como que de água limpa de cacimba, nas fontes oásicas do sertão."
ASPECTOS DO SAGRADO EM PATATIVA DO ASSARÉ
é esse o título de minha dessertação que defendi no útimo dia 28 de julho. fiquei muito feliz com o resultado. apresento aqui dois fragmentos da introdução:
Patativa do Assaré, "poeta que no princípio fora violeiro, repentista, cordelista. E ao longo da vida foi isso tudo junto. Expressões essas oriundas de um saber ancestral que lhe legaram a forma primordial da linguagem: a fala. Sua poesia é voz, um eco herdado dos tempos originais."
"A audição pela primeira vez da declamação de um cordel abriu-lhe os ouvidos e despertou-lhe a vontade de beleza: poderia explicar o mundo por meio da palavra poetizada. A revelação do belo lhe veio pelos ouvidos. A partir de então nada o detinha na busca por saciar a fome de poesia. Daí seus versos fartos, vertidos como que de água limpa de cacimba, nas fontes oásicas do sertão."
26 julho 2009
indo
eu vou
e levo
uma dorzinha tristinha
até quando não sei
só sei que ela é tão doída
penso que ela me acompanhará
até aquele dia inevitável...
e levo
uma dorzinha tristinha
até quando não sei
só sei que ela é tão doída
penso que ela me acompanhará
até aquele dia inevitável...
25 julho 2009
pra viver
os filhos de deus
acordam e seguem
como que arrastados
para o trabalho
uns vagueiam no nada
outros lutam pela sobrevivência
os filhos de deus em são paulo...
acordam e seguem
como que arrastados
para o trabalho
uns vagueiam no nada
outros lutam pela sobrevivência
os filhos de deus em são paulo...
10 julho 2009
gosto
divagando na mente
sobre a experiência do gosto puro
quando o prazer desinteressado
me tira de cima do muro
e nos sentimentos livres
me desinstalo, me aventuro...
sobre a experiência do gosto puro
quando o prazer desinteressado
me tira de cima do muro
e nos sentimentos livres
me desinstalo, me aventuro...
09 julho 2009
estalos
era, sim, já era
primeiridade
foi aquele instante na consciência
já era, já era espontaneidade
foi
o desafio é chegar à profundidade
passo da secundidade
passo da terceiridade
a vida em signos...
primeiridade
foi aquele instante na consciência
já era, já era espontaneidade
foi
o desafio é chegar à profundidade
passo da secundidade
passo da terceiridade
a vida em signos...
07 julho 2009
mudança
mais uma vez
estou de mudança
e cada mudança
dá espaço pra ansiedade
a gente quer diminuir as bagagens
mas não quer se desfazer de tantas coisas
mudar é preparar malas e caixas
é também aguardar o inesperado
é saber que partir sempre dói
nasci pra ser nômade...
estou de mudança
e cada mudança
dá espaço pra ansiedade
a gente quer diminuir as bagagens
mas não quer se desfazer de tantas coisas
mudar é preparar malas e caixas
é também aguardar o inesperado
é saber que partir sempre dói
nasci pra ser nômade...
03 julho 2009
01 julho 2009
o "what are you doing" do twitter
entre outros sentidos
é a ilusão ou pretensão humana
da instantaneidade
quem consegue
apreender tudo
meu Deus
do que passa agora
e eu estou lá
now
http://twitter.com/irabrito
entre outros sentidos
é a ilusão ou pretensão humana
da instantaneidade
quem consegue
apreender tudo
meu Deus
do que passa agora
e eu estou lá
now
http://twitter.com/irabrito
29 junho 2009
f-i-m
o fim é uma palavra
fria, pontiaguda
sua única vogal
espremida
sofrida
soa
como fim que é
se vale
do f e do m
pra gemer
pra desaparecer
pra silenciar
o não ser...
fria, pontiaguda
sua única vogal
espremida
sofrida
soa
como fim que é
se vale
do f e do m
pra gemer
pra desaparecer
pra silenciar
o não ser...
27 junho 2009
25 junho 2009
o dito
não devia ser assim
mas acaba sendo
basta uma palavra
daquelas verdadeiras
ditas no momento errado
para tudo se tornar pior
o melhor seria calar
mas a mudez corrói
destroça e faz latejar
então deixa estar...
mas acaba sendo
basta uma palavra
daquelas verdadeiras
ditas no momento errado
para tudo se tornar pior
o melhor seria calar
mas a mudez corrói
destroça e faz latejar
então deixa estar...
24 junho 2009
são joão
lembro das noites iluminadas de são joão
daquele tempo lá em casa
em que tudo era encantamento
a fogueira no terreiro acesa
o cheiro de milho assado
as laberadas do fogo, tão vivas
as brasas da madeira verde
nós todos em volta
conversando, rindo, brincando
vivendo em paz a eternidade do momento
tive tanta madrinhas, padrinhos e primos de fogueira
"são joão disse, são pedro confimou, você vai ser minha madrinha que são joão mandou..."
era a fórmula ritual
tudo sacramentado no coração
hoje lembro com mais saudade de mamãe, de papai, de meus manos e manas, e de meus sobrinhos e sobrinhas queridos
a vida é este amor que a gente guarda e nunca esgota
são joão hoje é lembrança em meu peito
do meu sertão vivo
é também o dia pra curtir
este amor eterno...
daquele tempo lá em casa
em que tudo era encantamento
a fogueira no terreiro acesa
o cheiro de milho assado
as laberadas do fogo, tão vivas
as brasas da madeira verde
nós todos em volta
conversando, rindo, brincando
vivendo em paz a eternidade do momento
tive tanta madrinhas, padrinhos e primos de fogueira
"são joão disse, são pedro confimou, você vai ser minha madrinha que são joão mandou..."
era a fórmula ritual
tudo sacramentado no coração
hoje lembro com mais saudade de mamãe, de papai, de meus manos e manas, e de meus sobrinhos e sobrinhas queridos
a vida é este amor que a gente guarda e nunca esgota
são joão hoje é lembrança em meu peito
do meu sertão vivo
é também o dia pra curtir
este amor eterno...
18 junho 2009
enigma
olho para o enigma
sem a pretensão de decifrá-lo
quero apenas mirá-lo
não me importa
que ele me devore...
sem a pretensão de decifrá-lo
quero apenas mirá-lo
não me importa
que ele me devore...
17 junho 2009
amir
tinha uma vida bem triste
sem brilho e nada de rima
até que encontrou a poesia
horizonte aberto, nova sina
o sol nasceu com graça
a existência em novo clima
o clima de cada ser
na mudança de estação
e a luta de cada um
pra sair da sujeição
do sistema desumano
que fomenta a servidão
viva a poesia da vida
que nasce da resistência
despontando como o sol
pra aquecer a existência
dos pequenos desde mundo
na fadiga e paciência...
sem brilho e nada de rima
até que encontrou a poesia
horizonte aberto, nova sina
o sol nasceu com graça
a existência em novo clima
o clima de cada ser
na mudança de estação
e a luta de cada um
pra sair da sujeição
do sistema desumano
que fomenta a servidão
viva a poesia da vida
que nasce da resistência
despontando como o sol
pra aquecer a existência
dos pequenos desde mundo
na fadiga e paciência...
16 junho 2009
encadeamento
ela disse que daria tudo
carro casa emprego prêmios
por um amor de verdade
vi em seus olhos a palavra sede
e nos lábios a geografia da fome...
carro casa emprego prêmios
por um amor de verdade
vi em seus olhos a palavra sede
e nos lábios a geografia da fome...
14 junho 2009
10 junho 2009
mais dor
caixas verdes
lotam o caminhão
penas brancas
cristas coradas
são galinhas empilhadas
penso no sofrimento
das galinhas
dos frangos
no jornal a foto
cara de exaustão
é um homem
da equipe de resgate
dos restos de gente
dos destroços da máquina
voo 447
penso no cansaço deles
na dor deles...
lotam o caminhão
penas brancas
cristas coradas
são galinhas empilhadas
penso no sofrimento
das galinhas
dos frangos
no jornal a foto
cara de exaustão
é um homem
da equipe de resgate
dos restos de gente
dos destroços da máquina
voo 447
penso no cansaço deles
na dor deles...
06 junho 2009
dor líquida
vontade de nada
saudade antecipada
desejo forçado
deleite sem doce
na estrada
na vereda
atalho
dente de alho
pessoa cebola
enfim
digo a dor
a que escorre
porque
a lágrima é a dor líquida...
saudade antecipada
desejo forçado
deleite sem doce
na estrada
na vereda
atalho
dente de alho
pessoa cebola
enfim
digo a dor
a que escorre
porque
a lágrima é a dor líquida...
05 junho 2009
7700
obrigado a todos e a todas
que passam por aqui
que a lua cheia de junho
nos encha de paz
e o nosso coração
esteja sempre aquecido
pelo amor
todos os amores
que passam por aqui
que a lua cheia de junho
nos encha de paz
e o nosso coração
esteja sempre aquecido
pelo amor
todos os amores
28 maio 2009
olhar molhado
este seu olhar molhado
é como orvalho
das madrugadas frias no sul
ou chuva no meu sertão tostado
seu olhar molhado é enchente
é temporal de verão
nele fico desabrigado
fragelado
de repente
raios e coriscos
estilhaçam minhas carnes
é como orvalho
das madrugadas frias no sul
ou chuva no meu sertão tostado
seu olhar molhado é enchente
é temporal de verão
nele fico desabrigado
fragelado
de repente
raios e coriscos
estilhaçam minhas carnes
25 maio 2009
corpo
desde o nascer
ao morrer
o que tenho é você
por isso sou carne
ossos vasos sangue
visão cheiro gosto
tato passos pensamento
coração fígado vísceras
pele músculos pulmão
sou sólido líquido gasoso
sou corpo...
ao morrer
o que tenho é você
por isso sou carne
ossos vasos sangue
visão cheiro gosto
tato passos pensamento
coração fígado vísceras
pele músculos pulmão
sou sólido líquido gasoso
sou corpo...
23 maio 2009
na real
santo
nem tanto
console meu pronto
me veja sem manto
sou assim mesmo
despido e sem véu
hora mistério
mas não etéreo
por vezes
sou fel
noutras
favo de mel
tudo é surpresa
nunca em tudo certeza...
nem tanto
console meu pronto
me veja sem manto
sou assim mesmo
despido e sem véu
hora mistério
mas não etéreo
por vezes
sou fel
noutras
favo de mel
tudo é surpresa
nunca em tudo certeza...
22 maio 2009
sexta
a imagem do dia
foi a lua nova
em sua primeira aparição
colada ao céu frio de outono
na aurora matutina...
foi a lua nova
em sua primeira aparição
colada ao céu frio de outono
na aurora matutina...
20 maio 2009
piano
o som triste do piano
abate minh’ alma
é como pontas afiadas
faca amolada no esmeril
ou espinhos na carne
quando os dedos deslizam
desmaio
e só assim repouso...
abate minh’ alma
é como pontas afiadas
faca amolada no esmeril
ou espinhos na carne
quando os dedos deslizam
desmaio
e só assim repouso...
19 maio 2009
indiferença
ela disse
que o amor ignorado
é febre
é insônia
é o vazio
e concluiu:
a maior dor
é a indiferença...
que o amor ignorado
é febre
é insônia
é o vazio
e concluiu:
a maior dor
é a indiferença...
18 maio 2009
calado
tem nada não
fico aqui silencioso
tendo muito a dizer
mas não o farei
porque os ouvidos
dos quais necessito
ensurdeceu
tem nada não...
fico aqui silencioso
tendo muito a dizer
mas não o farei
porque os ouvidos
dos quais necessito
ensurdeceu
tem nada não...
17 maio 2009
vossos olhos
nunca li tão bem um olhar assim
está tudo muito legível para mim
quando a porta bate com força
é como uma bomba a explodir
bem na parte mais frágil de mim
lá onde tantas vezes sangrei
então baixo a cabeça e busco ar
um dia deixarei de rastejar...
está tudo muito legível para mim
quando a porta bate com força
é como uma bomba a explodir
bem na parte mais frágil de mim
lá onde tantas vezes sangrei
então baixo a cabeça e busco ar
um dia deixarei de rastejar...
16 maio 2009
14 maio 2009
invisíveis
derramam suor nos canaviais
brasil século XXI
homens e mulheres
feitos sol
pêlo
e horas sem fim
a garapa da cana
o biodiesel
é sangue pisado
é fruto da força humana
de ossos,
de carne
e músculos cansados
humanos
sempre escravizados...
brasil século XXI
homens e mulheres
feitos sol
pêlo
e horas sem fim
a garapa da cana
o biodiesel
é sangue pisado
é fruto da força humana
de ossos,
de carne
e músculos cansados
humanos
sempre escravizados...
08 maio 2009
enigma
olho para o espelho
e penso
e sinto
saudade
de um tempo
sobre o qual não lembro
mas foi o tempo
antes de mim
aquele quando
eu
não sabia decifrar
a minha imagem real
desta que agora
vejo refletida
no lume frio
do espelho..
e penso
e sinto
saudade
de um tempo
sobre o qual não lembro
mas foi o tempo
antes de mim
aquele quando
eu
não sabia decifrar
a minha imagem real
desta que agora
vejo refletida
no lume frio
do espelho..
06 maio 2009
05 maio 2009
des-presença
uma angustia sem nome
sem cor
com sabor
chega como fungo
reluto em entendê-la
deve ser o tal do interdito
ou mesmo o dito
mal dito
ou quem sabe o torpor...
sem cor
com sabor
chega como fungo
reluto em entendê-la
deve ser o tal do interdito
ou mesmo o dito
mal dito
ou quem sabe o torpor...
04 maio 2009
29 abril 2009
persona
a pessoa é um poço
vulcão adormecido
ou em erupção
às vezes o peito palpita
noutras sem coração
a pessoa é
cesta de ovos em travessia
quilômetros de tristeza
alguns metros de alegria
é mistério e surpresa
máscara no teatro do mundo
carne de pescoço
vísceras, sangue, osso...
vulcão adormecido
ou em erupção
às vezes o peito palpita
noutras sem coração
a pessoa é
cesta de ovos em travessia
quilômetros de tristeza
alguns metros de alegria
é mistério e surpresa
máscara no teatro do mundo
carne de pescoço
vísceras, sangue, osso...
23 abril 2009
conto miúdo
o sangue lhe ferveu todo
as bochechas denunciaram a fornalha interna
correu para pedir ajuda ao sol que cochilava
dele nada ouviu
então
silenciou na solidão
de repente
uma folha lhe sorriu
era uma folhinha caida
ela dançava no embalo do vento
e se preparava
para morrer...
as bochechas denunciaram a fornalha interna
correu para pedir ajuda ao sol que cochilava
dele nada ouviu
então
silenciou na solidão
de repente
uma folha lhe sorriu
era uma folhinha caida
ela dançava no embalo do vento
e se preparava
para morrer...
22 abril 2009
mistério
dentro em nós há
um sopro sagrado
uma força sem par
que arrasa o pecado
o humano em nós
não está derrotado
por que separar
o humano e o divino
se os dois andam juntos
no mesmo caminho
dividi-los é ferir
o nosso destino
destino não é mérito humano
há um mistério, senhora
Deve haver um céu
Mas ele não tá lá fora
viver o mistério
é não deixar a vida ir embora...
um sopro sagrado
uma força sem par
que arrasa o pecado
o humano em nós
não está derrotado
por que separar
o humano e o divino
se os dois andam juntos
no mesmo caminho
dividi-los é ferir
o nosso destino
destino não é mérito humano
há um mistério, senhora
Deve haver um céu
Mas ele não tá lá fora
viver o mistério
é não deixar a vida ir embora...
18 abril 2009
mais do mesmo
sou parte de um todo
de uma história complicada
da raça humana extensão
herdeiro de uma cilada
dizem que já nasci
c'uma falta registrada
de uma história complicada
da raça humana extensão
herdeiro de uma cilada
dizem que já nasci
c'uma falta registrada
16 abril 2009
caminhos
por aqui
por ali
meu brasil
caxias do sul
quixelô, angico
belo horizonte
sampa ou iguatu
mente a mil
peito aberto
a caminho de emaús...
por ali
meu brasil
caxias do sul
quixelô, angico
belo horizonte
sampa ou iguatu
mente a mil
peito aberto
a caminho de emaús...
14 abril 2009
inefável
não sei expressar
decifrar sua língua
apenas a ouço com prazer
a sonoridade de sua voz
me arrepia e faz arder meu peito...
decifrar sua língua
apenas a ouço com prazer
a sonoridade de sua voz
me arrepia e faz arder meu peito...
12 abril 2009
ressurreição
era madrugada
sábado de aleluia
e a lua toda lá em cima
cheguei na janela
colei a cara no vidro gelado
sentia tocar o céu
cara-a-cara com a lua cheia
de páscoa
ela me disse:
ressuscita também...
sábado de aleluia
e a lua toda lá em cima
cheguei na janela
colei a cara no vidro gelado
sentia tocar o céu
cara-a-cara com a lua cheia
de páscoa
ela me disse:
ressuscita também...
11 abril 2009
10 abril 2009
09 abril 2009
ceia
comida e bebida
ritual de partilha
despedida
o amor é pão
ainda que em nacos
farelos, cacos
o amor é líquido
vinho e sangue
nas veias
última ceia
o amor é lavar
os pés dos outros
o amor é só amar...
ritual de partilha
despedida
o amor é pão
ainda que em nacos
farelos, cacos
o amor é líquido
vinho e sangue
nas veias
última ceia
o amor é lavar
os pés dos outros
o amor é só amar...
08 abril 2009
coroa de espinhos
coro cabeludo
sangrias abertas
carne viva
nos presídios
olhos apagados
corpos fragelados
corpos nus
escarnecidos
servidos em gotas...
sangrias abertas
carne viva
nos presídios
olhos apagados
corpos fragelados
corpos nus
escarnecidos
servidos em gotas...
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